
Centros oncológicos da capital estão envolvidos em estudos clínicos para avaliar a eficácia de medicamentos inéditos no tratamento de tumores malignos
Focados em achar alternativas à quimioterapia tradicional, aprimorar tratamentos já existentes e diminuir a incidência de efeitos colaterais, quatro hospitais de São Paulo que tratam pacientes com câncer estão pesquisando pelo menos 23 novas medicações contra tumores malignos. O maior número dos ensaios clínicos está concentrado no Instituto Estadual do Câncer Octavio Frias de Oliveira (foto). Lá estão sendo conduzidas 19 pesquisas sobre drogas ainda inéditas para diferentes tipos de câncer. A equipe de pesquisadores do Instituto, formada por 15 especialistas, está monitorando 100 pacientes para avaliar o êxito dos novos medicamentos. “A maioria dos nossos estudos é voltada ao câncer de mama, mas as principais neoplasias estão contempladas”, conta Roberto Arai, gerente de projetos.
Pesquisas também são feitas pelo Hospital Oswaldo Cruz. Em parceira com o Instituto Ludwig está sendo testado um novo princípio contra tumores em ovários. “A maior abertura dos hospitais brasileiros à pesquisa vai permitir, no futuro, oferecer tratamentos mais efetivos”, avalia a pesquisadora do Ludwig, Ana Maria Camargo.
No Sírio Libanês, a aposta é transformar plantas da Amazônia em componentes químicos oncológicos. Ainda em fase embrionária, o estudo avaliou 2,2 mil espécies e encontrou 120 extratos que apresentaram efetividade antitumorais. “O próximo passo é testar as substâncias em animais”, explica o coordenador do Sírio, Riad Younes.
O Hospital Albert Einstein é o quarto envolvido e divulga que dois processos científicos abertos para estudos de remédios contra câncer de mama e rim tiveram adesão total. A medicina brasileira quer aproximar a chance de cura das vítimas de câncer. Só este ano, a doença deve somar 466.730 novos casos no País, sendo 133.980 em São Paulo – segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Patrocinados por multinacionais farmacêuticas, cada estudo tem custo mínimo de US$ 500 milhões. O tempo médio entre sair do laboratório e chegar às prateleiras é de, pelo menos, 10 anos, respeitando as etapas necessárias de avaliação científica.
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