quinta-feira, 14 de agosto de 2008

ECONOMIA

A VOZ DA EXPERIÊNCIA
Empresas contrariam as expectativas do mercado e voltam a buscar alto-executivos mais velhos

E
xecutivos de mais de cinqüenta anos, que já estavam se preparando para curtir a aposentadoria, podem agora optar por uma virada bem diferente. As profecias em torno de um mercado jovem, voltado para quem está antenado em tendências e atualizado com as novas tecnologias, que deixaria de fora os profissionais mais experientes, não se concretizaram no fim das contas.
A idade média dos executivos do primeiro escalão das empresas subiu de 39 para 46 anos, informa Carlos Nosé, consultor da Global Recruiters, para quem a experiência voltou a ter um valor de troca muito importante. Segundo ele, nem mesmo a tecnologia se mostrou um empecílho para estes profissionais, que ganharam pelo menos mais dez anos em suas carreiras.

Uma das razões para essa mudança é a crise de mão-de-obra qualificada, que aliada ao crescente número de empresas que querem vir para o país e não encontram executivos para ocupar as posições-chave. “Nessa hora, volta-se a buscar pessoas que pensavam estar se preparando para uma aposentadoria, ou até estavam fora do mercado”, diz Elmano Nigri, presidente da Arquitetura Humana.

Se o que está acontecendo não é exatamente uma retomada de antigos valores, como acredita Ana Beatriz Nação, diretora da Hiedrick&Struggles, as empresas estão aprendendo a escolher melhor o tipo de profissional que desejam, aquele que mais está alinhado ao perfil delas. “Se a empresa quer alguém mais ponderado, pode optar pelo executivo mais velho. Se quiser alguém mais agressivo, pelo mais jovem.”

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