POMADA CONTRA O CÂNCER DE PELE
Em casos iniciais de tumores, o uso do medicamento faz com que as lesões desapareçam entre 7 e 21 dias
Um creme feito com o auxílio da nanotecnologia que energizado por um raio de luz vermelha mata com uma eficiência de 95% as células tumorais da pele humana. Pode parecer mentira ou previsão de um futuro distante, mas não. O medicamento foi desenvolvido por uma equipe de cientistas da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, e está sendo testado há um ano em três hospitais do Brasil. Além do interior paulista, a UnB (Universidade de Brasília) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) estão usando a pomada em pacientes de seus hospitais universitários. “Devemos ter tratado mais de 400 pessoas com sucesso”, afirma à Folha de São Paulo Antonio Cláudio Tedesco, principal autor da pesquisa e coordenador do grupo de Fotobiologia e Fotomedicina da USP/RP.
O sucesso da técnica, segundo Tedesco, está baseado na nanotecnologia. A molécula fotossensível que constitui o medicamento é montada em veículos que medem milionésimos de milímetro e que podem ser dirigidos de forma precisa para as células do tumor. Além de serem fotossensíveis elas possuem duas vantagens: conseguem liberar o medicamento de forma progressiva e são seletivas, o que poupa os tecidos sadios. “A terapia fotodinâmica é estudada há mais de 30 anos no mundo e desde 1995 em Ribeirão Preto, mas os vários veículos nanotecnológicos disponíveis hoje trouxeram um grande avanço para a área”, disse o pesquisador da USP.
Uma das vantagens do método é que ele não tem efeitos colaterais importantes, como tem a quimioterapia e a radioterapia. “Em um dia, por exemplo, a técnica pode ser reaplicada em uma nova lesão. O tempo entre a utilização do creme e o uso da luz não passa de três horas.” Apesar do êxito da técnica nacional, o método não está no mercado. Após o término da chamada fase 2 de testes clínicos, haverá uma outra etapa de estudos, com mais pacientes. Ele não funciona para o melanoma, tipo de câncer maligno bastante agressivo que só pode ser retirado por cirurgia. Porém, no caso dos tumores em estágios inicial ou intermediário, as lesões costumam sumir entre 7 e 21 dias.
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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