segunda-feira, 18 de agosto de 2008

BRASIL

ALUNO DE BAIXA RENDA GANHA ESPAÇO NAS UNIVERSIDADES
De 2004 a 2006, total de estudantes com renda de até três salários mínimos subiu 49%


Criado pelo MEC com o objetivo de conceder bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de baixa renda, o ProUni foi fator decisivo no aumento de 49% da participação de estudantes de baixa renda no ensino superior brasileiro. De 2004 a 2006, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) registrou um aumento de 49% na proporção de universitários com renda familiar mensal de até três salários mínimos – de 10,1% para 15,1%, segundo dados pesquisados por Simon Schwartzman, do Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade). Especialistas apontam que o ProUni tem impacto significativo no movimento de ingresso de alunos mais pobres no ensino superior: em 2006, entraram 360 mil alunos de baixa renda a mais do que em 2004; o programa do governo federal, que começou em 2005, ofereceu 204 mil bolsas no período.

Soma-se ao auxílio do programa oficial do Ministério da Educação o aumento do número de vagas nas universidades e o expansivo crescimento da classe média brasileira.
Em reportagem publicada pela Folha de São Paulo, Regina Vinhaes, da UnB (Universidade de Brasília) informou que, nos últimos dez anos, a oferta de vagas no ensino superior mais do que quadruplicou, puxada principalmente pela rede particular, enquanto Ryon Braga, da Hoper Consultoria, apontou ainda a ampliação do financiamento educacional e a queda dos preços cobrados por instituições privadas como explicações para o crescimento. Estudo feito por ele mostra que, em 1996, o valor médio da mensalidade era de R$ 840, em valores corrigidos. Hoje, é de R$ 427.

Contudo, o autor da pesquisa alerta: “Uma dificuldade para a expansão seguir é que o ensino médio não está formando gente suficiente, e o ProUni já tem dificuldade de encontrar candidatos”, aponta Schwartzman. “Além disso, vai depender da capacidade das pessoas de pagarem, o que vai depender, também, da economia”.

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