
"VAMOS NOS SAIR BEM"
Arqueólogo inglês avalia o futuro do planeta e das mudanças climáticas como parte de ciclos que a humanidade já viveu
Em meio a tantas discussões a cerca do efeito estufa e do aquecimento global, a opinião de Brian Fagan é como um bálsamo. Para este especialista autor de 20 livros, o aquecimento não é novidade e já foi experimentado há 1200 anos. Há, inclusive, quem tenha se beneficiado das consequências deste fenômeno: os mongóis, por exemplo, expandiram seus domínios porque tiveram mais chuvas e mais pastos para seus rebanhos. Os vickings eram exímios navegadores porque não possuíam terras férteis e puderam chegar à América do Norte, Groenlândia e Islândia depois do derretimento de alguns icebergs que abriram canais no mar para os navios daqueles povos. Segundo Fegan, o aquecimento teve efeitos positivos para a Inglaterra que passou a plantar uvas, chegando até a exportar vinhos para os franceses.
Longe da Europa, outros povos sofreram com secas terríveis provocadas pelo efeito devastador de La Niña. Os maias da Península de Yucatán sofreram secas por 50 anos e acabaram desaparecendo em parte por causa disto.
O que este arqueólogo procura demonstrar em seu mais recente trabalho, O Grande Aquecimento, é que não só é possível investigar fenômenos naturais a partir de dados sociais, mas também que a humanidade sobreviveu a um e pode sobreviver a outro aquecimento global. Para ele, o importante é pensar de que maneira iremos lidar com as temperaturas mais altas e não só em diminuir a emissão dos gases, iniciativa que demorará muitos anos para que se possa fazer sentir os efeitos. Devemos começar logo a pensar em alternativas para as populações costeiras e para os que vivem nos desertos. De resto, diz Fegan, "vamos nos sair bem".
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