
No imaginário coletivo, Cubatão, cidade situada na Baixada Santista, em São Paulo, sempre carregou a má fama de ser uma cidade com níveis catastróficos de poluição. Porém, isso tende a mudar. Depois de 25 anos do início do programa de recuperação ambiental que somou mais de US$ 1 bilhão em investimentos, um estudo elaborado pelo consultor ambiental Eduardo San Martin releva que a quantidade de fumaça e poeira emitida pelas empresas do pólo industrial diminuiu 98,9% desde 1983, mesmo com a produção crescendo 39% nos últimos dez anos. O estudo mostra ainda um melhor uso dos recursos naturais, com o consumo de energia caindo 23% e a “recirculação” da água no processo produtivo aumentando 65%. Desde o início do programa, as 54 empresas dos segmentos químico, petroquímico, siderúrgico e de fertilizantes, além de prestadores de serviços do pólo, reduziram em 89% a destinação de resíduos para aterro ou incineração, com a aplicação de reciclagem aumentando 19%.
Ainda assim, Cubatão está longe de ser exemplo quando se fala em qualidade do ar. Dados da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, apontam que o controle de poluentes não foi suficiente para melhorar a qualidade do ar respirado na cidade, que continua saturado. “Houve uma melhora significativa, no entanto, há uma preocupação quanto à qualidade do ar: uma coisa é controle da poluição e outra é qualidade do ar. Nós não podemos sair por aí comemorando porque ainda tem muita coisa a se fazer”, ressalta atencioso o engenheiro e consultor ambiental Élio Lopes dos Santos em entrevista ao Estado de São Paulo. “É uma região de vale, com difícil circulação; por mais que seja feito o controle, o residual apresentado ainda mantém uma qualidade de ar ruim”. Comemorações à parte, Cubatão já entra no hall dos bons exemplos de crescimento consciente e sustentável. Esperamos que siga assim.
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