quarta-feira, 3 de setembro de 2008

SAÚDE

FILA PARA TRANSPLANTE DE CÓRNEA NÃO EXISTE MAIS EM SÃO PAULO
Pela primeira vez na história, número de transplantados e número de doadores é praticamente o mesmo


Nada de doutores fura-fila. As longas esperas para transplante de córnea na capital paulista, Grande São Paulo e litoral do Estado de São Paulo acabaram exclusivamente por conta de boas iniciativas. Segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, esta é a primeira vez na história que isso acontece. De acordo com a Secretaria, a Central de Transplantes registrava hoje apenas três pessoas na lista de pacientes ativos (considerados aptos a realizar um transplante) da capital, região metropolitana e litoral. Ontem, o número chegou a zero, um marco inédito.
Em agosto, o número de inscrições de pacientes praticamente empatou com o total de cirurgias realizadas. Foram 6,3 inscrições diárias, em média, contra 6 transplantes nessas três regiões. A capital paulista, Grande São Paulo e litoral são responsáveis por cerca de 50% das córneas captadas em todo o Estado.

Entre os transplantados em agosto, nessas três regiões, o tempo médio de espera foi de 1,6 mês, e 54,7% fizeram a cirurgia com menos de 30 dias de inscrição na lista da Secretaria. Há um ano a espera era de 5,2 meses. Em agosto de 2002 o tempo para transplante de córnea na capital ultrapassava dois anos. De janeiro a agosto foram realizados 1490 transplantes de córneas na capital, Grande São Paulo e litoral, 79% a mais do que os 832 registrados no mesmo período do ano passado. Em todo o Estado o número de transplantes este ano chega a 4048, contra 3185 de janeiro a agosto de 2007. Se o mesmo ritmo for mantido São Paulo deverá chegar ao final do ano com recorde histórico em transplantes de córneas.

O aumento da captação de córneas no Estado começou a ocorrer em 2005, graças a uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Banco de Olhos de Sorocaba, considerado o mais capacitado do País, que passou a captar o tecido em hospitais da capital e região metropolitana, reforçando o trabalho das Organizações de Procura de Córneas (OPC) que já atuavam nessa região.

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