terça-feira, 26 de agosto de 2008

BRASIL

MÃO DUPLA
Em São Paulo, brecha na lei Cidade Limpa revitaliza a cidade e leva RS 80 milhões aos cofres da prefeitura em troca de publicidade legal

Quando o prefeito Gilberto Kassab anunciou a Lei Cidade Limpa, no final de 2005, muita gente chiou. Inclusive quem trabalhava na prefeitura, alegando que a cidade perderia R$ 300 milhões por ano sem o pagamento das placas e outdoors instalados nas ruas. Mas o prazer dos paulistanos de voltar a enxergar São Paulo fez da lei um caminho sem volta na busca de uma cidade mais agradável de se viver.
Para “agradar gregos e troianos” sem “perder a majestade”, Kassab resolveu abrir uma brecha na lei, em fevereiro deste ano, permitindo que empresas anunciem seus nome em placas – nada comparável ao absurdo dos outdoors – em troca de investirem na revitalização de espaços públicos. Seis meses depois, os contratos chegam a 863, rendendo R$ 80 milhões para os cofres da prefeitura. As empresas assumem reformas de monumentos, praças, passarelas e até bairros inteiros, caso da Vila Madalena, que terá bulevares nas suas ruas mais movimentadas, com o patrocínio de uma cervejaria. Foi a única maneira encontrada pelas empresas para voltarem a expor suas marcar na cidade.
O tamanho da publicidade varia de caso a caso. A empresa que revitaliza a Liberdade, por exemplo, poderá afixar placas de no máximo 50X60 centímetros, investindo R$ 55 milhões nas obras. Bom para os olhos, para a cidade e para os cofres públicos.

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